Sobre o Blog

O Tao, o Zen, Deus (as coisas sobre as quais mais vamos tratar neste espaço) é/são simples. É a maior simplicidade. É a mais pura ignorância (ignorância na forma que a conhecemos).
Com uma linguagem e um pensamento muito elaborado jamais o/os alcançaremos. Aliás, jamais os alcançaremos com a linguagem.
É a mais pura experiência. Inacessível ao ser humano enquanto a experiência passar/for filtrada pela linguagem.
Como os textos vão carregar um pensamento desenvolvido (ou seja, ignorante num sentido de cegar para a simplicidade), mesmo que a forma de escrita às vezes seja culta, as discussões que forem tratadas aqui não devem ser entendidas como iluminações do autor (mas podem ser também).

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Sobre a Caridade e o Ego

Sobre a Caridade e o Ego.

Caridade seria fazer o bem sem ter nada em troca.
Mas o que é exatamente fazer o bem?
O bem e o mal, como substantivos, existem num território específico. Existem apenas no campo da dualidade. Nós, em um certo nível de consciência (mais fino, digamos, que esse em que nos encontramos, em maioria, aqui na Terra) escolhemos “mergulhar” nesse modo de percepção.
Foi uma escolha corajosa, dizem os grandes mestres, mas foi uma escolha sincera, pois na unidade estávamos alinhados com o Todo, ou de outro modo a ser dito, estávamos presentes no “seja feita a vossa vontade”.
Éramos todos Unidade. Depois que emergimos do Todo, ou do Lar, como individualidade, daí um tempo, pudemos perceber como nossas atitudes tinham poder de mudança. Nesse momento, passamos a agir a partir do ego, passamos a basear a consciência no ego. Mas não entendamos aqui o ego como algo ruim, negativo, que deve ser morto. Ele, num certo momento, foi importante. Para entender melhor, ler os textos de Jeshua “Do coração ao Ego” disponível em http://www.jeshua.net/por/ .
No decorrer da caminhada cósmica, e com a saudade do sentimento de “segurança” e “conforto” do Lar, entendemos que não mais era bom para nós estarmos agindo segundo o ego; seria bom estar alinhado com os desejos do coração, que é na verdade, andar alinhado com o Cosmos, com Deus. Quer dizer, estar no “seja feita a vossa vontade”; mas isso não quer dizer que regressaríamos, mas voltaríamos ao alinhamento de nosso quantum raiz como fora antes, mas dessa vez com todo um conhecimento de experiência.
Acontece que a experiência só é possível na dualidade; na unidade Tudo É, não há experiência. Por isso o ego é importante na caminhada cósmica, pois ele propicia a experiência. O problema está, já sabem há tanto os orientais, em apegar-se à forma do ego de viver, entendida também como apegar-se ao ego.
Sobre esse retorno ao alinhamento, espero falar em breve. Agora quero prosseguir com a reflexão sobre o bem e o mal.
Bom, o que seria o bem e o mal? Aurtori, Mahatma já ascenso, nos ensinou que bem e mal é relativo, é algo da percepção individual. Assim, se eu tenho um desejo emergindo do ego, não importa que desejo seja esse, e encontro uma barreira para executá-lo, vivê-lo, concretizá-lo, direi que essa barreira seja mal, maléfica. Caso contrário, se encontro energias e presenças que me sejam favoráveis ao desejo, então direi que aí está algo do bem.
Em outras palavras, o bem é aquilo que agrada o ego e o mal aquilo que o frustra.
Por isso, a caridade é limitada, pois ela só faz sentido até uma determinada dimensão da consciência, que é a dimensão em que baseamos a consciência no ego.
A partir daí, o ego é abraçado pelo coração e passa a pulsar na vontade de Deus, então a caridade não faz mais sentido pois não há ego a ser servido, portanto não há mais bem a ser feito, apenas um belo estado de ser na presença.
A caridade então reforçaria o ego daquele que a recebe, quer dizer, seria mais uma ilusão que tornaria mais denso o tal véu da ignorância, que nos mantém na dualidade? Esse é o problema, e aquele que tiver a solução, gostaria que compartilhasse comigo, conosco.
Para o espírito, não há algo bem ou mal a ser vivido. Há apenas experiência; o espírito, em sua expressão mais sincera, não julga a experiência, não a coloca como bem ou mal, elevada ou rebaixada, paradisíaca ou infernal, abençoada ou amaldiçoada; toda experiência é um aprendizado ao espírito. E sabe o espírito por qual experiência deseja passar em determinado momento. E isso ele escolhe livremente antes de dar qualquer passo na sua caminhada, até mesmo antes de encarnar. Eis o livre arbítrio.
O livre arbítrio está nos planos mais densos também, como aqui na Terra, mas em menor proporção. Se estivermos alinhados com nossa consciência mais fina, que é a do espírito, também chamada em alguns textos de Eu Superior, então saberemos por onde seguir.
Eu concluiria que a caridade seria então fazer o que os Grandes Mestres tem-nos feito, que é nos ensinar esse conhecimento para a caminhada interior, que é comentado “mal e porcamente” nesse texto.
Caridade, porém, é fazer o bem sem ter nada em troca. Mas segundo a lei de Kharma, que significa ação, ou mesmo segundo a lei de retorno, toda ação corresponde uma reação, então não há como fugir dessa troca, a ação vai surtir algum efeito.
E é de uma beleza excepcional, assim eu penso, que todos os seres estivessem em seu alinhamento; portanto, ajudar todos os irmãos a estarem presentes na consciência do coração não estaria no que se diz caridade, pois haveria aí a troca.
Bom, que seja feita a vossa vontade. Aí está colocada a ação que fazem os Grandes Mestres. Se quiserem que isso tenha um nome, que a batizem. Eu costumo dizer que eles nos ensinam o conhecimento.
Namaste.