Sobre o Blog

O Tao, o Zen, Deus (as coisas sobre as quais mais vamos tratar neste espaço) é/são simples. É a maior simplicidade. É a mais pura ignorância (ignorância na forma que a conhecemos).
Com uma linguagem e um pensamento muito elaborado jamais o/os alcançaremos. Aliás, jamais os alcançaremos com a linguagem.
É a mais pura experiência. Inacessível ao ser humano enquanto a experiência passar/for filtrada pela linguagem.
Como os textos vão carregar um pensamento desenvolvido (ou seja, ignorante num sentido de cegar para a simplicidade), mesmo que a forma de escrita às vezes seja culta, as discussões que forem tratadas aqui não devem ser entendidas como iluminações do autor (mas podem ser também).

sexta-feira, 30 de julho de 2010

O "Em verdade vos digo..." como uma demonstração de sinceridade

Quando Jesus falava "Em verdade vos digo...", acredito que Ele não estava se referindo a uma verdade universal, estabelecida, imutável.
Creio que isso tenha sentido de sinceridade. Quer dizer, Ele tomava aquele ensinamento também para si, sua forma de ser e existir, e seus atos; ou seja, não falava para os outros fazerem aquilo com o qual Ele não estivesse alinhado.
Não ficava induzindo os modos das pessoas se manifestarem através de falácias.
Em outras palavras, por criticar os hipócritas, Jesus não era adepto ao "faça o que eu digo, não faça o que eu falo".
Sem cair no clichê do "dar o bom exemplo", pois nem sempre ao "dar o exemplo", a pessoa está fazendo algo com sinceridade, nem que agiria daquela forma se não estivesse sendo visto.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

“I - Amar a Deus sobre todas as coisas” e a Kharma Yoga

Primeiramente, gostaria de esclarecer o termo “kharma”, que não é colocado como sinônimo de castigo. A Kharma Yoga é o caminho seguido pela ação; Kharma, então, tem sentido de ação.
A pessoa que segue esse caminho faz do seu trabalho, suas ações, uma oferenda à Deus. Faz-lhe tudo em sacrifício - mas não no sentido de causar-se sofrimento ou penitência; sacrifício: já que oferece seu trabalho a Deus.

Amar a Deus sobre todas as coisas não significa que devemos amar Deus MAIS do que as outras coisas nem que devemos amar primeiro Deus, e só depois as outras coisas, pessoas e seres.
Amar a Deus sobre todas as coisas significa que devemos amar todas as coisas como se estivéssemos amando Deus – e na verdade o estamos –,  pois Deus está em tudo, em todas as coisas, em todos os seres, em todas as ações!
Deus É tudo o que É, tudo o que Há e tudo o que Faz.

Ao contemplarmos um Ser, estamos contemplando Deus, que o é e o fez.
Ao agirmos, estamos contribuindo para o aspecto de Deus que é Ação, a Sua respiração.

Quando o mestre nos alerta para que façamos nosso trabalho com devoção, é para que o ofereçamos a Deus. Mas não lhe oferecer como um presente! Como podemos presentear um dono de um roseiral com suas próprias roseiras? Assim é com o Todo, que pertence a Deus, além de ser-lhe.
Oferecer o trabalho a Deus é trabalhar para compartilhar com o movimento do Todo.

Todos os seres do universo trabalham, compondo uma dança num ritmo belo e compassado; eis o movimento de Deus. Ao agirmos com devoção e oferecer-Lhe o trabalho como sacrifício, contribuímos na composição de Seu movimento.

Deus Somos tudo o que Somos, tudo o que Havemos e tudo o que Fazemos.
A Graça de Ser esteja conosco.
A Paz esteja convosco.